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domingo, 8 de setembro de 2013

A cultura da irresponsabilidade e os vigias filósofos.

Alexandre, o grande, foi aluno de Aristóteles.


Os seres humanos vivem em sociedade. A vida em sociedade implica que cada pessoa tem uma série de direitos e deveres que variam de sociedade em sociedade. Mesmo em uma sociedade anárquica, aos moldes do que querem vários partidários da Movimente-se, fica implícito que todas as pessoas devem seguir uma série de regras para evitar que a sociedade se deteriore e se transforme em simples caos.

Temos a sorte de viver em uma sociedade democrática. Uma sociedade democrática não envolve, como muitos parecem achar, apenas a escolha direta de seus governantes - de fato, esse fator pode até mesmo ser ignorado, como acontece com o poder executivo de democracias parlamentaristas e dos Estados Unidos. Um sistema democrático significa, entre outas coisas, igualdade perante as leis, liberdade de expressão e direitos de propriedade bem definidos.

Assim como em todas as outras sociedades, uma sociedade democrática também envolve direitos e deveres, geralmente tipificados na forma de leis. A igualdade perante a lei garante que ninguém pode simplesmente ignorar seus deveres e se concentrar apenas nos seus direitos.

Entretanto, mais e mais, vemos que um grupo de estudantes na nossa Universidade acredita estar acima das leis. Falo, é claro, dos militantes do chamado movimento estudantil. Digo isso porque apenas alguém que se vê acima das leis pode achar legítima a invasão de um prédio público para o avanço de uma pauta política. Apenas pessoas que se vêem acima das leis pode achar que ignorar instruções diretas de se retirar de um espaço público não vai levar a nada. 

(Um pequenos desvio: coisas públicas não são terra de ninguém, e também estão sujeitas e leis e regras)

Essa visão de que o movimento estudantil caminha acima das leis que nós, meros mortais, devemos seguir está enraizado na cultura dos estudantes que participam desse grupo. É por isso que ninguém da Movimente-se se preocupava com o claro uso de drogas que acontecia em todos os saraus da universidade. Na visão dessas pessoas, a Universidade é um território livre, onde eles podem testar suas ideias vindas de Bakunin e Marx sem represálias.

É assim que acontecem situações como a do vídeo abaixo:


Isso aconteceu dentro da USP. Alunos ligados ao movimentos estudantil de lá - como se vê, o tipo é o mesmo - estavam ocupando irregularmente um prédio da Universidade. Acho que não preciso especificar que tipo de coisas eles estavam fazendo nesse prédio. A justiça de São Paulo concedeu à Universidade uma reintegração de posse, afim de devolver para o público o que tinha sido privatizado pelos poucos delinquentes.

Os estudantes, vendo o policial fazendo o seu trabalho de fazer cumprir o que a justiça determinou, se puseram a filosofar com o PM. Talvez estivessem tentando, sei lá, converter o policial para sua religião marxista. Não entendiam que o policial estava ali para cumprir seu dever, talvez porque eles próprios não tinham muito bem formado esse conceito em suas cabeças. O que vocês acham que aconteceu? 

Vou dar uma dica: o policial não se sentou com os estudantes, puxou um beck e começou a falar sobre as contradições do capital.

Alexandre, o grande, que ilustra o começo desse post, era um guerreiro educado por um filósofo. Infelizmente, ele é uma exceção na história da humanidade. Em geral, aqueles que manejam as espadas não são os mesmos que leem os livros, e vice-versa. Discutir utopias com pessoas armadas procurando cumprir o seu dever não funciona, mas foi o que os estudantes tentaram fazer nesse cinco de setembro.

No fim, a decisão da Movimente-se de provocar os vigias para causar uma reação foi extremamente infeliz. Não só jogou os vigias contra os estudantes (e vice-versa) como não atingiu as pessoas que deveriam ter atingido, isso é, as pessoas que realmente tomam as decisões dessa Universidade.

Reacionário

sábado, 7 de setembro de 2013

Peões de sacrifício

No xadrez, os peões vão primeiro


Como talvez vocês tenham percebido, as pessoas responsáveis por esse blog se formaram e não podem mais ser considerados estudantes da UEM. Entretanto, precisaríamos estar morando no Tibet para não sabermos o que está acontecendo atualmente na nossa alma mater, especialmente com os acontecimentos dessa quinta-feira.
Resumindo tudo para contextualizar: um grupo de cerca de 25 estudantes organizados pela movimente-se decidiu se reunir na noite do dia 5 de setembro - no dia da semana em que tradicionalmente aconteciam os famosos saraus na universidade. Para desbandar os estudantes e fazer valer a regra instituída pelo reitor que estabelece o fim dos saraus da UEM, uma dezena de vigias chegou e tentou convencer os estudantes a se retirar pela via pacífica.
Os estudantes, com todo o conhecimento de direito que se aprende em uma aula de sociologia enquanto fuma maconha, argumentaram que eles estavam no seu direito de se reunir uma vez que aquele era um espaço aberto (algum dia desses vou levar meus amigos pro jardim da casa de algum deles). É claro que essa explicação legal não convenceu ninguém e, uma vez que os estudantes se recusaram a sair, os vigias da UEM partiram para a violência. O resultado, segundo os vídeos disponíveis na internet, foi um traumatismo craniano de uma menina e o nariz quebrado de um garoto.



Como vocês já sabem, nossa opinião aqui no Reação UEM é extremamente crítica com relação aos atos e ideias da movimente-se, e dessa vez não será diferente.
É claro que violência desnecessária nunca deve ser aplaudida, e na minha opinião os vigias responsáveis pelas lesões mais graves devem ser afastados. Também acho que desbandar estudante que acha que conhece as verdades do mundo porque teve a já mencionada aula de sociologia regada em maconha não é trabalho que se dê à vigilância patrimonial.


Tendo dito isso, não pode escapar a atenção de ninguém de que isso foi uma situação cuidadosamente arquitetada e, devo dizer, um sopro de sorte na direção da chapa. Se engana quem acha que o que aconteceu não era exatamente o que os organizadores do "debate" esperavam que acontecesse. Eu até chuto que excedeu suas expectativas, eles ficariam contentes só com alguns empurrões.
Em primeiro lugar: por que se reunir à noite, depois do horário permitido, em noite tradicional de sarau, dentro da UEM para debater qualquer coisa? A UEM tem locais muito melhores para esse tipo de discussão e era claro que nenhuma discussão poderia surgir com uma dezena de guardas olhando pra todo mundo.
Em segundo lugar: por que os estudantes não foram embora quando os guardas começaram pedindo educadamente para que eles se retirassem? A partir dali estava claro que não ia ocorrer discussão nenhuma. A ação de ignorar a recomendação dos vigias foi calculada. O fato de ninguém ter abandonado o posto pra mim mostra que todo eles esperavam que o pior acontecesse.
Em terceiro lugar: Por que registrar tudo com tantos detalhes? É como se eles imaginassem que iriam ter que usar os vídeo (em boa resolução) para provar alguma coisa mais tarde.

Meus leitores reacionários, para mim fica bastante óbvio que o que aconteceu não foi um acidente. O que aconteceu foi uma tentativa de provocar os guardas da UEM a agir com violência que funcionou bem demais.

No final desse vídeo aparecem os pais da menina que sofreu o traumatismo craniano, supostamente por uma pedra lançada por vigias. Eles se sentiram - corretamente - revoltados com o comportamento dos vigias da UEM. Me pergunto o que o filho deles respondeu quando a inevitável pergunta chegou: "Mas afinal, filho, o que você estava fazendo na UEM a uma hora dessas?". Qual seria a resposta sincera?

"Estava agindo como peão em um grande jogo de xadrez político. O rei decidiu me sacrificar."


Reacionário de Merda

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os intocáveis militantes da Movimente-se UEM

Devido a alguns problemas, esse texto está sendo publicado hoje, mas foi enviado a nós em novembro de 2012, época em que havia acabado de ocorrer mais uma eleição para o DCE.

Não é de hoje que a popularidade da Movimente-se UEM está diminuindo, em 2011 a porcentagem de votos foi de 68% contra 30,9% da chapa concorrente, publicado no próprio blog da Movimente-se. Na última eleição, conforme publicado pela comissão eleitoral, o número de votos foram os seguintes:

Chapa 1 Sedentarize-se: 107 votos
Chapa 2 Agora só Falta Você: 1036 votos
Chapa 3 Movimente-se UEM: 1096 votos
Brancos e nulos: 13 votos

 Isto significa que 51,3% dos estudantes não votaram na Movimente-se UEM, sendo que apenas 48,6% votaram. Podemos concluir que esse número decresceu em 19,3% desde a última eleição. Este fato comprova que parte dos estudantes não ficou satisfeita com a chapa Movimente-se UEM, o que de fato mostra que o seu poder de atuação (propaganda) dentro da UEM está bem menor. Dentro desse período de 1 ano ocorreram várias situações desgastantes tanto para os próprios estudantes como para o próprio andamento do campus. Não temos como negar que o número de atos como pichações (dentro e fora da UEM), consumo de drogas, sujeira, tráfico de drogas e violência dentro do Campus, que após a chapa ter sido eleita no ano de 2011 aumentou. Isso é lastimável, pois os próprios membros da chapa até hoje não se manifestaram sobre essas situações. Ao mesmo tempo que isso acontece, o discurso dos membros foi voltada, em várias situações, para o tema cultura, expressão e liberdade. O jargão: “Quem cala consente” parece que evidencia tudo o que está por trás dessa situação.
Quando você diz que não apoia o movimento estudantil atual da UEM ou que critica atos como, por exemplo a invasão da reitoria, dezenas de comentários são vomitados em seus humildes ouvidos dizendo que você é de um ou outro partido político (direita ou esquerda), facista, alienado, reacionário, alienado, homofóbico, alienado, opressor e por aí vai. Essa é a demonstração mais evidente de que estamos sendo representados (ou não) por seres intocáveis e proprietários da verdade Ao analisar os impactos das ações públicas que a Movimente-se promoveu nesse período de tempo decorrido eu me pergunto, alguma dessas ações teve impacto positivo? Ou, alguma teve algum impacto? Não me vem nada a cabeça, talvez eu estivesse alienado todo esse tempo nos meus humildes estudos, ou no meu simples trabalho que garante a minha cervejinha de fim de semana e o almoço do RU.
 Deparei-me hoje com uma discussão no Facebook que me chamou a atenção, vou transcrever e comento em partes:

Indivíduo A: 
1. Estou a mais de 15 dias contando o DCE da UEM representado pela Chapa Movimente-se sem qualquer retorno. Estamos solicitando mas sem repostas a ajuda do pessoal para colaborar com o ato contra o aumento do preço da refeição do restaurante popular que estamos realizando desde quarta feira passada. Se a chapa realmente se preocupa com os interesses dos estudantes e moradores da zona 7 já poderia ter colaborado de alguma forma. Ou então deixado uma chapa que entende os problemas dos estudantes assumir a gestão.
Att

Indivíduo A:
 2. O pessoal da UNE devia ser mais esperto, peçam a prestação de contas da Movimente-se UEM. Gostaria de saber no que eles gastam dinheiro e no que se envolvem tanto para estarem toda hora ocupados.

Resposta Representante : 
"Indivíduo A, no DCE tem toda a prestação de contas, que como a Louise já disse, foi apresentada em CEEB e vc pode ter certeza de que as gestões financeiras da movimente-se foram extremamente limpas!"

Até aí tudo bem! Contagiado pela chapa Sedentarize-se, não vou levantar minha bunda da cadeira para ir até lá verificar. 

"Já gastamos mto dinheiro com manifestações e ações que extrapolam os muros da UEM, fizemos 2 atos contra a TCCC, estivemos na marcha da liberdade, ato em solidariedade ao pinheirinho, marcha das vadias, fomos até em um julgamento de policiais civis que assassinaram um jovem, em solidariedade às mães que perderam seus filhos por causa da violencia policial." 

Agora uma passagem interessante. A representante da Movimente-se diz que eles já gastaram muito dinheiro com manifestações que extrapolam os muros da UEM! Opa, pera aí, eles estão gastando muito dinheiro pra ações fora da UEM? Se ela cita a palava “muito”, logicamente que para ações dentro da UEM o dinheiro gasto é POUCO! Fizeram 2 atos contra a TCCC, opa, pera aí, eles gastaram “muito” dinheiro nos atos contra a TCCC? Já imagino que tiverem que comprar os passes com dinheiro do DCE para protestar la dentro. Marcha da liberdade (Além da bandeira do MST tinham algumas do PSOL do PCdoB, e por aí vai)?   Muito dinheiro investido para a marcha de 150 pessoas. Julgamento de policiais civis que assassinaram um jovem? Quanto é a entrada para um julgamento? Será que não conseguiram meia entrada?

"Mas enfim, essas duas semanas foram mto tensas pois estávamos todos os militantes do dce envolvidos na eleição. Foi uma trabalheira do caralho, eu entao que estive na comissão eleitoral posso falar meu, foi foda!"

Outra passagem demonstra que todos 1% dos “estudantes” militantes do DCE estavam envolvidos na eleição. Ora, se todos estavam envolvidos na eleição, eles devem ter utilizado recursos para utilizar cabos eleitorais na distribuição de panfletos e colagem de cartazes. A evidência é que ela teve muito trabalho na comissão eleitoral (grotesco) e logo os outros militantes também, ou então não eram todos envolvidos nas eleições. FODA! 
Agora o ponto onde quero chegar: 

“Sei que você está procurando lutar por algo que é justo, mas ficar ofendendo o movimento estudantil da uem assim é baixo demais.” 

 Opa! Os intocáveis da Movimente-se: o rapaz ofendeu o movimento estudantil da UEM. O que isso quer dizer? Ela diz que o rapaz ofendeu a MOVIMENTE-SE e não todo movimento estudantil, e ainda disse que é baixaria. Ora, o rapaz no texto clama por um auxílio da “Movimente-se” e a garota diz que há ofensa? a pior de todas as ofensas é o fato de ela associar a Movimente-se UEM com movimento estudantil, então, segundo a sabichona, nenhuma das outras chapas que concorreram as eleições fazem parte movimento estudantil, nenhuma chapa até hoje na UEM foi do movimento estudantil. Estou sentindo um fedô. 

“O que a prestação de contas tem a ver com a não ida dos militantes no ato que o seu "exercito de um homem só" tá puxando? O pessoal e eu tb não apareci ainda pq não deu cara! Infelizmente. O processo eleitoral de fato acabou ontem com um CEEB que legitimou a eleição. Estou afastada das discussões da Movimente-se pq sou comissão eleitoral, mas acredito que no máximo até sexta vai ocorrer uma reunião para discutir a questão do RU q vai fechar durante 8 meses para reforma, e cai direto na discussão do restaurante popular. Não adianta ficar pilhando a galera meu, todo mundo trabalha e estuda e tava envolvido com o processo eleitoral.. agora com as coisas mais calmas podemos sentar, dialogar e procurar ações conjuntas e efetivas pra reverter o aumento da refeição no Pop.” 

 Aí vem mais uma pérola do discurso da movimente-se: A INTIMIDAÇÃO DOS CONTRÁRIOS.
Chamando de “exército de um homem só” a ação do jovem, ela tenta excluir o tipo de adversário da movimente-se que queria criticar, melhorar ou fiscalizar o trabalho que esses militantes truculentos exercem! Além do mais, a frase comprova que só a MOVIMENTE-SE pode realizar tal ato, tentando dizer que a ação do jovem não tem efetividade e não representativo (por que não seria? muitos estudantes da UEM almoçam lá, principalmente quando o RU não funciona). É a mesma situação que ocorre no vídeo em que o jovem grita com o reitor: Querem intimidar para ganhar a superioridade e legitimidade. O que me chama mais a atenção é que a mesma está afastada da movimente-se e se impõe como uma defensora inflamada do “MOVIMENTE-SE ESTUDANTIL”. Outro trecho interessante e peculiar no discurso inflamado é o fato de que TODOS trabalham e estudam. Ora, se todos trabalham e estudam então não tem tempo para fazer algum tipo de reinvindicação, ir a um julgamento de policial civil, protestar contra aumento de ônibus ou até mesmo ficar sentado na frente do DCE jogando conversa fora. Essa é a característica de um discurso do militante da Movimente-se. Se observarmos com mais atenção, veremos que todos os militantes da “movimente-se estudantil” tem a mesma características no uso das palavras, mudando apenas uma ou outra, mas com mesmos significados e objetivos: destruir os críticos e fazer autopromoção. 
Logo após ter lido essa discussão, e ter sentido um cheiro fétido de enterite cerebral, vi outro discurso do revolucionário Che Guevara: 

Indivíduo Che Guevara: 
“O que as urnas disseram o CEEB confimou! É Movimente-se e não tem boi! (nem recurso, nem conversa fiada...) 
Chora reaça! 
A UEM vai ser toda vermelha!”

É uma piada mesmo! aí que me caguei pelos olhos ouvidos e narinas:
“É Movimente-se e não tem boi! (nem recurso, nem conversa fiada...)” = A Movimente-se que manda aqui e mais ninguém, nenhuma ação, dentro dos termos legítimos, pode tirar a vitoria da nossa chapa, passamo por cima de tudo e de todos, procede?
“Chora reaça! A UEM vai ser toda vermelha!” = Chorem adversários! Vamos implantar a ditadura do proletariado na UEM (e em Maringá também, FAIL)! E quem se danem os estudantes, procede?
Jovens estudantes, é clara a evidencia de que a movimente-se tem o sentimento de posse do DCE e do pensamentos dos estudantes (além dos 1% dos que vão na assembléia). Tudo com muita representatividade: 15 pessoas numa assembléia geral!
Do dinheiro gasto com tudo isso, das discussões feitas durante todo esse tempo, das reuniões e assembleias, quais delas foram com objetivo de promover alguma boa ação? Exemplos básicos: Campanha de agasalhos, Apoio à equipe de coleta de medula óssea, apoio aos Teófilos da Farmácia, apoio as equipes que tratam e ajudam os cães que vagam pela UEM, apoio, limpeza e auxílio na pintura das pichações.
Fato consumado: A Movimente-se não representa e não cede apoio real para o interesse e necessidades dos estudantes.

 por Neoliberal Machista 

 *Esse texto foi enviado a nós por um colaborador. Muito obrigada pela sua participação, sr. Neoliberal, e sentimos muito, mais uma vez pelo atraso em publicar seu envio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O debate, ou, macaquinhos treinados da movimente-se contra os chatiados da chapa 2

Há algo de podre no movimento estudantil. De fato, há algo de podre em qualquer movimento em que não se respeita as opiniões divergentes ou que se usa de tumulto e chacota para abafar as ideias dos outros. O sentimento que qualquer pessoa racional sofre ao assistir um debate como o de hoje só pode ser um: depressão. Depressão por ver que os jovens universitários, responsáveis por levar adiante os ideias de democracia, diálogo, respeito e liberdade de expressão, estão tão ocupados tentando destruí-los.
O debate do dia 20 contou com a presença de cerca de 120 pessoas (isso é, cerca de 0,5% dos estudantes da UEM), e era um jogo de cartas marcadas. Desde o início o pessoal da Movimente-se (muito mais numerosos) se posicionou para conseguir completo domínio das reações da platéia. Certamente tiveram antes do debate um curso rápido com os profissionais do autoritarismo sobre como se comportar em um debate (basicamente: vaia e tumulto quando o adversário fala). O debate atrasou incríveis 50 minutos, e a Chapa 1 (previsivelmente) não compareceu.

O debate foi dividido em cinco blocos, esse resumo também será.

Primeiro Bloco
No primeiro bloco as chapas se apresentaram por cinco minutos.
A apresentação da Movimente-se teve algumas pérolas, vou comentá-las uma a uma. Tenha em mente que nem tudo o que está escrito aqui foi dito literalmente, uma vez que minha memória é boa, mas não perfeita.

Pérola um: "A chapa 2 é aliada do governo estadual"
Nada poderia estar mais longe da verdade. Uma simples visita ao blog da ASFV revela que eles criticam duramente - eu diria que por vezes injustamente - o governador do estado.

Pérola dois: "Nós não olhamos os problemas individualmente, mas como resultado de um governo que vem atacando a educação".
Um governo que ataca a educação? Isso só faz sentido se você for de um partido de oposição (oh... wait).

Peróla três: "O Bonde só lutou pelas vias institucionais"
Essa é uma afirmação típica de quem sofre do que chamo de "síndrome da ditadura". Explico: querem uma ditadura nova só para poder lutar contra ela. Essa síndrome é uma verdadeira epidemia entre os participantes do tal movimento estudantil, a ponto de se referirem a ditadura como "tempos áureos". Em uma democracia, não se luta com paus e pedras, mas com representação, expressão, diálogo e voto. Isso é, pelas vias institucionais.
Fazendo uma digressão aqui sobre a síndrome da ditadura: A ditadura durou 21 anos e acabou faz 27, ou seja, acabou há mais tempo do que durou. Mesmo assim, todo o discurso do movimento estudantil, especialmente o realizado pelas chapas de extrema-esquerda como a movimente-se, ainda assume que o governo é inimigo e que a única maneira de representação é na base do grito..

Em seguida, a chapa de oposição, fez sua apresentação. Me soou fraca. Falaram sobre representação e democracia para uma audiência composta principalmente por gente que se sente representada pela Movimente-se (os famosos nem 1%). Foi um discurso bom, proferido pela pessoa sem muita convicção e para uma platéia apática que não entendia que a Movimente-se não representa boa parte dos estudantes.

Segundo Bloco

No segundo bloco foram feitas perguntas de chapa para chapa, a partir de temas sorteados.
A primeira pergunta foi feita pela Movimente-se com o tema "Extensões", foi uma pergunta vaga (do tipo: que que cê vai fazê sobre as extensão?), e recebeu uma resposta igualmente vaga (umas coisa muito massa, truta). Na réplica, a Movimente-se mostrou que é capaz, sim, de ter um candidato a prefeito, repetindo um discurso claramente decorado que caberia mais em um debate de Presidente da República do que de chapa de DCE (nós estamos presentes nas extensões e blá blá blá). Na tréplica, tão vaga quanto todo o resto, o que me chamou a atenção foi a primeira incidência de tumulto criado pela Movimente-se para impedir ou prejudicar a fala da Chapa 2, com um membro proeminente da Movimente-se na platéia (a partir daqui referido como "Pastor" por sua maneira doutrinadora de falar) gritando "Vai se sentar no colo do reitor", gerando risos na platéia de macaquinhos treinados. Não só demonstrou todo o poder de argumentação da chapa, como mostrou o que realmente acham de democracia e liberdade de expressão.

A segunda pergunta, de longe minha parte preferida do debate, partiu da Chapa 2 e teve como tema "opressão". A pergunta foi mais ou menos "O que a Movimente-se vai fazer sobre a opressão policial que alunos da UEM sofrem?". Uma pergunta que eu achei que faria sucesso entre os maconheiros da Movimente-se, e das outras chapas também, por que não? Mas não foi o que aconteceu.
A menina da Movimente-se disparou gritando "Você não sabe o que é opressão, opressão é negro, mulher, índio, gay". Não contente em desviar completamente o foco da pergunta, de algo que influencia na vida dos estudantes para algo completamente sem relação, ainda acusou um dos membros da chapa 2 de ser machista e homofóbico por ter publicado um comentário em certo blog (caham, esse aqui mesmo), distorcendo completamente o sentido das palavras da pessoa. É claro que foi imediatamente aplaudido pelos macaquinhos.
Na réplica, a Chapa 2 respondeu o óbvio: não eram homofóbicos nem machistas. E tentaram consertar mais ainda, ao meu ver erroneamente, dizendo que iriam buscar ações afirmativas durante sua gestão. Já tratei aqui sobre o papel do DCE, que não é o de corrigir as mazelas do mundo.
Na tréplica, a Movimente-se disse uma coisa interessante e que merce uma digressão: que machismo e homofobia não são subjetivos. Ou seja: uma pessoa homofóbica e machista é má. Não sou filósofo, mas acredito que desde que a filosofia se desligou da teologia poucos filósofos levam a sério a ideia de uma moralidade absoluta. Na verdade, todos os assuntos são passíveis de discussão, desde "Devemos construir Belo Monte?" até "Será que escravidão é uma boa ideia?". Se você acha que a resposta das duas perguntas é óbvia e sem possibilidade de discussão, parabéns, você tem vocação para ditador. Se você acha que a primeira pergunta pode ser discutida, mas a segunda tem uma resposta absoluta, bem... só me resta falar que talvez sua resposta fosse oposta se você tivesse nascido como classe alta duzentos anos atrás.
O que quero chegar aqui é bem simples: moralidade não é absoluta. Moralidade deve ser argumentada e pensada de acordo com a lógica e com o estado da sociedade.
Na verdade, a ideia de moralidade absoluta só serve a uma classe de pessoas: líderes absolutistas. Hum...

A terceira pergunta foi sobre infraestrutura. Basicamente a Movimente-se perguntou como a Chapa 2 iria negociar verbas se é aliada da reitoria. A Chapa 2 respondeu que não é aliada da reitoria (não acho que isso seja verdade) e disse o óbvio: quem libera as verbas é o governador, e não a reitoria. É claro que os macaquinhos da Movimente-se vaiaram.

A quarta pergunta foi sobre o corte de verbas (alguém no fundo levantou um cartaz escrito "Citation needed", sou fã desse cara). A pergunta da ASFV foi na verdade a afirmação que a movimentação do DCE nos últimos anos não levava a nada (como uma barata tonta).
A Movimente-se respondeu que tinha revertido um corte nas bolsas de pesquisa e extensão com... diálogo. Talvez os macaquinhos da Movimente-se não tenham percebido a contradição, mas ela estava óbvia e dançando na cara de todo mundo. A maior conquista da chapa nesses dois anos não se deu com ocupação, baderna, greve ou maconha, mas com... diálogo. Mostrando, pra quem quiser ver, que a representação funciona e que o governo não está lá pra embalar e vender.
Na réplica, mais interrupções do Pastor.

Terceiro Bloco

O terceiro bloco teve respostas às questões da fanpage da comissão eleitoral (Hã? Eu também não sabia dessa). A pergunta era sobre "O que é o DCE, o que ele faz?". As duas chapas responderam.
Rápida e inexplicavelmente, a discussão se voltou para as atléticas. A chapa 2 comentou que o estatuto do DCE tinha sido feito antes da criação das atléticas, e que estava sendo ignorado. A Movimente-se respondeu que o estatuto do DCE deveria ser refeito por eles (tenho calafrios só de pensar) e que a violação do estatuto começou na gestão do Bonde. Usaram, portanto, a técnica preferida dos petistas de apontar os problemas dos outros e culpá-los pelos próprios.

Esse bloco viu o debate se dissolver em um concurso de palmas. Aparentemente as regras mudaram de "melhores argumentos vence" para "mais barulho vence". É claro que o grupo que causava mais tumulto era a movimente-se, liderado pelo pastor e suas frases de efeito impressionantes ("Agora só falta você... ir embora").

Quarto bloco

No quarto bloco houve respostas às questões da audiência, previamente colocadas em uma urna. Devido ao maior número de pessoas da Movimente-se, a maioria das questões era voltada para a Chapa 2.
A primeira a responder foi a ASFV, a pergunta foi sobre igualdade de gêneros, uma clara alusão ao episódio do machismo no comentário do blog-que-não-deve-ser-nomeado.
Entre uma das coisas que a Chapa 2 respondeu foi que entre os membros da chapa estão gente "de esquerda, centro e direita". A menção da direção espacial "direita" imediatamente fez estourar o radar-ditadura dos macaquinhos, que começaram a cochichar. E depois ainda dizem que a direita não é demonizada no ambiente universitário...
A chapa 2 também respondeu uma questão bem besta "O que é ideologia". O cara começou "Essa me parece uma questão bem técnica" e foi imediatamente vaiado. Parabéns, Movimente-se, vocês treinaram bem seus macaquinhos.

A pergunta seguinte tocou no ponto fraco de todo movimentador estudantil: a ligação entre sarau e drogas. A pergunta acusava a Movimente-se de ser complacente com o tráfico de drogas realizado nos saraus, que deveriam ser festas culturais. O líder da Movimente-se respondeu, desconversando e falando que a realização de saraus era uma vitória. Imagino que fumar maconha em um ambiente sem fiscalização também seja uma vitória para alguns.
Espera... fumar maconha é certo ou errado? Onde está a Movimente-se, detentora da moral absoluta, para me responder?

Quinto bloco

O quinto bloco teve as despedidas das chapas, de 5 minutos cada. Não foi falado nenhuma novidade, e houve mais um concurso de palmas e tumulto.

Considerações finais

Não tinha como a Chapa 2 ganhar esse debate, mesmo que tivessem feito um bom trabalho, o que não fizeram. A platéia era quase 80% Movimente-se e claramente pouco interessada no que a oposição tinha a dizer. Mesmo assim, alguns assuntos ficaram como elefantes na sala, sem serem mencionados. Entre eles:
- A greve dos estudantes
- O abaixo-assinado dos alunos de Engenharia Química, dizendo que não reconheciam a representação do DCE
- O apoio da Movimente-se à grupos de extrema-esquerda ou puramente baderneiros, como MST ou PSTU.
- Como uma chapa cheia de gente de partidos políticos pode se dizer independente?

Em termos eleitorais, esse debate foi inútil. Imagino que havia no máximo umas 5 pessoas indecisas ali, e elas provavelmente foram embora traumatizadas antes do fim do terceiro quadro. Tudo era um grande teatro destinado a mostrar a força da militância de cada chapa.

Se podemos concluir alguma coisa desse debate, é que ir a debates de DCE é uma perda de tempo e faz mal para a saúde mental. Faça como a Sedentarize-se, tire um cochilo.

Reacionário de Merda

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A importância do seu voto

Nos blogs e perfis do Facebook de seis em cada dez esquerdistas criados a danoninho e ovomaltine que estão aliados ao movimento estudantil, encontramos um texto do Brecht, (pelo menos é o que dizem) que certamente você já deve ter encontrado por aí:

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. 
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Não que eu goste do Brecht, ou condene cruelmente os desinteressados pela política por todos os problemas globais. Mas alguma razão ele tem.
Sim, minha gente. Estou aqui pra falar de política, de eleições, do DCE e da importância do seu voto. Tenho quase certeza, pelos últimos resultados das eleições do DCE e o baixo número de votos, que a maior parte da comunidade acadêmica não o valoriza da forma que devia. 
Eu sei que já é desanimador o suficiente ser obrigado a votar a cada dois anos em candidatos que pouco estão interessados nos seus problemas e que, quando eleitos, distorcem metade de suas propostas, levam metade do seu dinheiro e te deixam na merda na maioria dos casos, e que isso torna a política uma área de interesse particularmente desprezível (a menos que você seja de algum partido, claro). Mas muito pior do que isso é não ter o direito de escolher.
Eu sei também que a nossa amada chapa Movimente-se representa algo em torno de meio por cento dos acadêmicos nas suas pautas tendenciosas, e que as passeatas barulhentas, as pichações absurdas e aquele monte de cartazes feitos em papel kraft tiram o pessoal do sério. Mesmo assim, estamos nessa situação ridícula, em que a minoria toma o papel de representante da maioria. Por quê? Ora bolas. Porque quem está interessado neles vota. E você, não.
Dessa vez, estou usando o espaço do blog pra fazer um apelo. As eleições do DCE são dia 22/11, quinta-feira, nos períodos de manhã, tarde e noite. Tem uma urna no bloco do seu curso, e uma pessoa com uma lista de presença para os acadêmicos. Compareça lá. Escolha. É rápido, e poupa você de passar o próximo ano letivo sendo obrigado a aturar a chatice e os abusos da Movimente-se.
As chapas desse ano são a Sedentarize-se UEM (Chapa 1), a Agora Só Falta Você (Chapa 2) e a Movimente-se (dispensa apresentações). Use uns minutos do seu tempo e decida quem merece o seu voto, apareça no dia 22 e vote! Porque a Movimente-se não representa a comunidade acadêmica, mas nunca haverá quem nos represente se não escolhermos alguém.

Por Thessaly


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Qual é o Papel do DCE?

No começo do ano, o blog estreou com uma frase do tão esquecido estatuto do DCE:

"Art. 5º - É vedado ao DCE participar de qualquer atividade que implique em tomada de posições político-partidárias ou religiosas."

Com certeza o artigo mais ignorado do estatuto, sua violação já é tão rotineira que a mera sugestão que não haja partidos ou grupos políticos envolvidos na gestão geraria risadas tanto entre os membros da Chapa 2 quanto da Chapa 3. De fato, apesar de ser utilizado quase exclusivamente para esse fim hoje, o DCE não foi concebido como um instrumento político, e sim como um órgão de representação dos estudantes.
É claro que isso não impediu que nossa querida chapa Movimente-se apoiasse:

- Movimento Anti-Homofobia
- Marcha das Vadias
- MST
- Não à reforma do código florestal
- Movimento Passe Livre
- Reforma Agrária
- Pare Belo Monte
- Liberdade para Palestina

Algumas coisas listadas certamente contam com o meu apoio (como o Movimento Anti-Homofobia) ou me são indiferentes (como a Marcha das Vadias). A qualidade do movimento político não muda o fato de que ele é um movimento político com pouca relação com os estudantes da UEM.
Essa lista foi feita apenas com os banners do lado direito do blog da Movimente-se. Além disso há uma gama de ações feitas pela chapa que tiveram claramente um objetivo político, como a greve dos estudantes, a invasão da reitoria e a queima dos pneus. O DCE não tem uma sanção dos estudantes para apoiar o que quiser, mas deveria se recolher a sua insignificância e ser apenas um órgão de representação. Na verdade, representar os estudantes foi o que a chapa menos fez nesses dois anos de gestão.

Não que a Chapa 2 não tenha o mesmo problema. Sendo formada principalmente de gente do PCdoB e do PT (esses dois partidos se confundem na minha cabeça), ela também tem seus momentos de pregação política. Antes mesmo de se elegerem, já estão fazendo barulho pelo uso de 100% dos royalties de petróleo na educação (uma ideia absurda, se alguém perguntar eu explico por quê) além das já esperadas críticas ao governo Beto Richa, chegando ao ponto de dizer que o corte de orçamento da UEM chegou aos 70% (!!!!).

Uma chapa ideal seria a que entendesse que os problemas que devem ser resolvidos estão dentro da UEM, não fora dela, e que vencer uma eleição de DCE não dá um cheque em branco para que a chapa apoie o movimento que quiser.

Reacionário de Merda

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O modelo falido das assembleias estudantis, a deturpação da democracia.

Um dos temas mais explorados por esse blog foi o modelo Movimente-se de decisão, formado por assembleias frequentadas por menos de 1% dos alunos com poder absoluto de decidir pelos outros 99%. Nós falamos sobre a truculência e manipulação presentes nesses encontros, falamos sobre como esse método de decisão foi usado irregularmente para começar uma greve estudantil que a maioria dos alunos não queria.

Não é de se surpreender que uma das principais pautas da Chapa 2 seja um maior diálogo com os discentes. Entretanto o que é muito bonito na teoria pode acabar sendo um desastre na prática, é só lembrar que uma das pautas da Movimente-se original era exatamente essa: maior comunicação e transparência, ao contrário da chapa Bonde do Amor, que decidia tudo sem ouvir muito os estudantes. E todos nós sabemos o que resultou disso.

Falar é fácil, enquanto a Chapa 2 não explicar, com detalhes, como exatamente vai se dar a comunicação e o diálogo na gestão deles não dá pra levar muito a sério essa conversa. Ironicamente, a proposta deles de maior diálogo precisa exatamente disso: mais diálogo. Não é um bom começo.

A chapa Movimente-se não gostava do diálogo com os estudantes por um motivo simples: os estudantes eram contra o projeto político deles. É por isso que eles mantiveram o esforço de começar uma greve de estudantes mesmo quando a maioria dos alunos claramente não a queria.

Será que a Chapa 2 vai desistir de seu projeto político se a maioria dos alunos for contra ele? Não temos motivos para acreditar que vai. Conhecendo a maneira com que ambas as chapas são vassalos de partidos políticos e querem usar o DCE como trampolim político, é um tanto ingênuo acreditar que eles iriam.

Estamos assistindo uma deturpação dos valores democráticos, não só a nível de UEM, mas a nível de Brasil. A democracia, cujo objetivo sempre foi a liberdade, está sendo redefinida como simples representação. É por isso que ouvimos por aí que a política de cotas vai "democratizar" a universidade. Ora, mesmo para quem acha a política de cotas justa e eficiente, democratizar definitivamente não é a palavra certa, e sim "popularizar" ou "tornar mais acessível para as classes mais baixas". Reitero: o que define a democracia é a liberdade, não o voto.

Essa mudança do significado da palavra democracia está sendo realizada, ironicamente, pelo partido preferido de nove em cada dez membros da Chapa 2: o PT. Como confiar em quem se diz democrático, mas defende regulação da mídia em benefício de mensaleiros? Como confiar em quem se diz democrático, mas sonha em passar por cima do Judiciário quando esse não faz o que o partido quer?

Isso não significa, claro, que não quero que a Chapa 2 vença. De fato, vou votar na chapa 2, apenas porque quero ver a Movimente-se fora do bloco 6 e realmente acho que a gestão do Bonde, com todos os seus defeitos, foi a melhor da história recente da UEM.

Reacionário de Merda