Esse post trata de uma questão antiga, mas que eu creio merecer um destaque neste blog. Trata-se da realização dos saraus. Quem estava na UEM no ano passado deve se lembrar
da discussão que ocorreu entre a Reitoria e a chapa Movimente-se, no que dizia
respeito à realização de saraus e outros eventos festivos no campus. A Movimente-se interpretou a sanção
da reitoria como um ato de ataque às manifestações culturais acadêmicas, e como
forma de resposta, organizou na ocasião um ato e um sarau – sempre reagindo
da melhor e mais suave forma possível.
Aqui está o link da postagem que a chapa fez, falando sobre o Ato Executivo posto em vigor na época. Como é de costume, o texto conta com alguns exageros e distorções da realidade neste ponto, e a intenção desse post é desmistificar mais uma das falas tendenciosas da Movimente-se UEM. Aviso que é um post bem grande, mas vale a pena ser lido.
"A reitoria expediu o Ato executivo 008/11 argumentando que os eventos culturais promovidos pelos estudantes são baderna que é preciso ser extinta na Universidade."
Aqui está o link para a portaria que "proíbe" a realização dos saraus. Em nenhum momento, como se pode ler, é citado que os "eventos culturais" são baderna e devem ser extintos. A sanção feita pela reitoria não é uma proibição de fato, diz apenas que qualquer evento, festa, sarau ou outra manifestação festiva necessita de aprovação prévia do reitor para poder ser realizada. A Movimente-se sentiu-se atacada por imaginar que qualquer solicitação feita por parte deles seria negada. Aparentemente, atribuem isso a uma implicância gratuita do reitor e da reitoria e uma vontade de prejudicar deliberadamente os estudantes, restringindo seu acesso à "cultura" (eu tenho minhas dúvidas do quão culturais são os saraus... falarei disso mais adiante), e também prejudicando professores e funcionários. Que tipo de pessoa malvada prejudicaria tantas pessoas assim pelo prazer simples da maldade? Ah, é claro! O Reitor! Ele é realmente uma pessoa muito malvada a serviço do governo estadual...
"Ponto final; não houve espaço para mais conversa. Contudo, quem esteve presente nestes eventos sabe que isto não corresponde à realidade."
É mesmo? Já disse que eu tenho lá algumas ressalvas a serem feitas quanto a essa equação sarau = cultura.
"O DCE e os CA’s vem movimentado o cenário cultural dentro da UEM e na comunidade externa de uma forma inédita. O Alvorada Folclórica, há pouco tempo, levou ao Jardim Alvorada um domingo de oficinas gratuitas, apresentações folclóricas de Bumba-meu-Boi, Maracatu, viola caipira, teatro de bonecos, etc. A consolidação do Grupo de Maracatu Ingazeiro neste ano e as oficinas abertas de maracatu e as demais que aconteceram na calourada e continuam acontecendo (...)."
Ok, ok. A gestão da Movimente-se tem um ponto a mais do que a do Bonde do Amor no quesito movimentos culturais dentro da Universidade, justiça seja feita. Durante as calouradas, houve um grande número de oficinas variadas, (ainda que os mosaicos feitos nas mesinhas do DCE tenham deixado-nas inutilizáveis... quem foi o responsável por aquilo?) assim como durante a ocupação da reitoria e outros atos promovidos pela chapa. No entanto, nenhuma dessas oficinas, que de fato têm caráter cultural foi proibida ou barrada pelo "maligno Reitor". Qual a explicação disso, se ele era aparentemente contra as manifestações culturais para os estudantes?
Além disso, a chapa fala de movimentos culturais feitos fora da comunidade, o que não tem relação nenhuma com a portaria expedida pelo reitor. Apenas um artifício textual para enaltecer o valor da Movimente-se e mostrar quantos atos benéficos para a sociedade fez a chapa que a reitoria quer criminalizar.
"O que o Ato impõe é que tudo seja silenciado, se não quiser ser criminalizado."
Beep! Errado. O que o Ato propõe é que não poderão ser realizados eventos sem autorização prévia da PCU/Reitoria. Isso foi feito sem motivo, apenas para dificultar ainda mais a dura vida dos acadêmicos da UEM? Não. Isso também vem mais adiante.
"(...) não há espaço nenhum na UEM para convívio e integração dos estudantes."
Claro! Vocês transformaram o DCE num depósito sujo de tintas, papel e tambores. O texto que criticava a Movimente-se por ter estragado o espaço de convivência que era o DCE na gestão Bonde do Amor foi ridicularizado pelo nosso amigo Burguês Culpado (no nosso segundo post), em que ele nos chamava de playboys por defendermos a idéia da mesa de sinuca lá. A questão não é a mesa em si ou a idéia de transformar o DCE em um boteco, e sim o espaço de convivência que o lugar era. Estudantes de todos os anos e cursos se reuniam ali e podiam relaxar, conversar, conhecer pessoas diferentes e trocar várias idéias, reunidas ao redor da mesa de sinuca. Podia ser um tabuleiro de Banco Imobiliário, uma máquina de algodão-doce ou um quadro de giz. A questão era que o lugar ali estava organizado como um espaço para todos os estudantes e vocês, meus caros da Movimente-se, acabaram com ele. Reflitão oks.
"(...) Não é isso o que queremos para a UEM! Educação e cultura são direitos, a nossa luta é legítima e diz respeito à toda a sociedade (...)."
Blá blá blá, o mesmo discurso vazio e inflamado de sempre.
Bem, aqui se encerra a análise do post, e podemos ter mais alguns entre tantos exemplos das ocasiões em que a Movimente-se distorce as falas alheias em benefício próprio. Aqui, o interesse dela era parecer vitimizada frente a reitoria e passar a impressão de que a chapa (e por extensão, os estudantes todos) eram oprimidos e atacados injustamente pelo reitor, inflamando o ódio ao sistema nos corações universitários (isso merece um outro post). Não, eu não acredito que a reitoria "proibiu" os saraus por pura birra e implicância com os estudantes - afinal, são pessoas adultas que tomam as decisões na UEM ou menininhas de ginásio? Aliás, não é uma questão de acreditar ou não. Na portaria estão listadas todas as leis e regras nas quais a decisão da reitoria foi pautada, e você pode acompanhá-las aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui (não encontrei o ofício do COMAD disponível na internet).
Acompanhando esses documentos, conclui-se que as principais motivações da reitoria para regular a realização de saraus e outras festas são a depredação de patrimônio público e o consumo de entorpecentes no espaço da Universidade, e não a intenção de impedir o acesso à cultura por parte dos estudantes (como podemos ler nesta notícia aqui, publicada no Informativo UEM). Sim, eu sei que o maior problema dos estudantes é a falta de dinheiro, e um show de graça na universidade no final de semana sempre vem bem a calhar. O problema é que além do show e da diversão, para alguns, acontecem coisas para outros que são ilegais, e nem um pouco culturais, como o consumo de drogas - desde a latinha de cerveja até uma carreirinha de pó. O consumo de drogas é ilegal dentro da UEM, ocorre livremente nos saraus e isso seria razão suficiente para impedir a sua realização; mas além disso, ainda há uma boa quantidade de lixo deixada para trás (papéis, incontáveis bitucas de cigarro e latas), e os recentes vandalismos cometidos pelos membros e simpatizantes da Movimente-se, como mais uma vez, nosso amigo Burguês Culpado deixou claro. Além disso, o barulho feito durante a madrugada incomoda algumas pessoas (o pessoal que mora no Chain sofre muito com os ruídos). Essas são razões reais e válidas para que a sanção do reitor fosse feita, e não uma simples implicância e maldade gratuita como a Movimente-se tentou passar para a comunidade acadêmica. São também, por estas mesmas razões que a chapa sabia que qualquer pedido seu para a realização de um sarau seria vetado. Em suma: Não tem nada a ver com a questão da cultura, e sim com a legalidade de algumas ações realizadas.
E aliás, se você tem interesse em mais atividades culturais, legais e que não venham a infringir nenhuma lei, entre aqui no site da DCU e se inteire das atividades que a UEM oferece - e que a maioria das pessoas acaba não sabendo.
Por Cher Guevara
Acompanhando esses documentos, conclui-se que as principais motivações da reitoria para regular a realização de saraus e outras festas são a depredação de patrimônio público e o consumo de entorpecentes no espaço da Universidade, e não a intenção de impedir o acesso à cultura por parte dos estudantes (como podemos ler nesta notícia aqui, publicada no Informativo UEM). Sim, eu sei que o maior problema dos estudantes é a falta de dinheiro, e um show de graça na universidade no final de semana sempre vem bem a calhar. O problema é que além do show e da diversão, para alguns, acontecem coisas para outros que são ilegais, e nem um pouco culturais, como o consumo de drogas - desde a latinha de cerveja até uma carreirinha de pó. O consumo de drogas é ilegal dentro da UEM, ocorre livremente nos saraus e isso seria razão suficiente para impedir a sua realização; mas além disso, ainda há uma boa quantidade de lixo deixada para trás (papéis, incontáveis bitucas de cigarro e latas), e os recentes vandalismos cometidos pelos membros e simpatizantes da Movimente-se, como mais uma vez, nosso amigo Burguês Culpado deixou claro. Além disso, o barulho feito durante a madrugada incomoda algumas pessoas (o pessoal que mora no Chain sofre muito com os ruídos). Essas são razões reais e válidas para que a sanção do reitor fosse feita, e não uma simples implicância e maldade gratuita como a Movimente-se tentou passar para a comunidade acadêmica. São também, por estas mesmas razões que a chapa sabia que qualquer pedido seu para a realização de um sarau seria vetado. Em suma: Não tem nada a ver com a questão da cultura, e sim com a legalidade de algumas ações realizadas.
E aliás, se você tem interesse em mais atividades culturais, legais e que não venham a infringir nenhuma lei, entre aqui no site da DCU e se inteire das atividades que a UEM oferece - e que a maioria das pessoas acaba não sabendo.
Por Cher Guevara
Ah, agora os hipócritas não assumem que as implicâncias com o sarau começou depois que um certo ser humano roubou um bebedouro!
ResponderExcluirAh, é claro, eles são uns coitados, vítimas! OH, NÃO!
Ferraram todo mundo que curtia as bandas boas dos sarais por causa dessa bosta, "ninguém nunca viu identificadamente o vulto que fez isso". Aliás, essa história ficou abafada, né? Noto que ninguém nunca fica sabendo das coisas. Se for acusar sem provas leva processo, né? Fodem a faculdade! Bando de vagabundos. Sempre rolou drogas e a reitoria nunca teve nem aí pra isso!
Foi por depredação pública mesmo que começaram a burocratizar, como forma de responsabilizar aqueles que pedem pelo sarau, caso algo da UEM de repente desapareça. Nunca assumem o real motivo, só acobertam os irresponsáveis. Depois julgam-se honestos!
Tá certo o reitor (não que eu goste de burocracias, como eu disse, foram complacentes, não indicaram os responsáveis, e prejudicaram as coisas por um tempo que o sarau ficou proibido).
Pelo que notei, sarau continua rolando de boa, e o reitor vai autorizar normalmente as coisas, acontece que quando der merda, alguém será responsabilizado. QUE BOM! Chega de impunidade nessa joça.
Aliás, espero que os leitores leiam esse comentário pra abrir os olhos dessa gente e de ALGUNS professores defensores que são outros desinformados, só lêem aquele jornalzinho da UEM e abraçam a causa.
Assinado: Petit Stalin
(Já deixo a marca, caso um dia eu escreva algum artigo e vocês aceitem, claro.)
Boicotes soviéticos pros camaradas.
Muito bem dito!
ResponderExcluirCaro Reacionário, visite: http://reacaousp.files.wordpress.com/2012/02/carta-reacao-revisada.pdf
:))
Post patético é tendencioso. Que medíocre, será que a pessoa que escreveu isso se orgulha, coitado, esse cara precisa de atenção.
ResponderExcluirCHE
Ah, Chê, a Movimente-se não é tendenciosa? huahuahua
ResponderExcluirMediocre é você criticar o capitalismo e querer vender artigos hips idiotas na faculdade. Honre os impostos que seus pais pagaram, e comece a fazer algo (socialmente)* útil nessa porra dessa vida.
*Socialmente porque diz-se ele importar-se com as questões sociais. Então, mão na massa, mas que seja relevante seu trabalho de ajudar.
Nada relacionado com esquerda e direita, camarada.
Oscar Niemeyer é socialista e nem por isso passou sua vida idiotizando / perdendo seu tempo sem fazer nada EFETIVO e ÚTIL por sua ideologia.